2016-04-13

Solar da Quinta do Ouriço / Correia Sampaio (Séc. XVIII), Castelo Novo, Fundão.


 Viscondes de Castelo Novo

Castelo Novo, Solar da Quinta do Ouriço / Correia Sampaio.


Pedra de armas da capela de
Paulo Rodrigues da Costa (f. 1669)
e de D. Catarina Mendes da Cunha
(Séc. XVII)


Pedra de Armas de
Paulo Rodrigues da Costa Manso
(f. 1669) ?
  
Brasão de:   Família de Manuel da Silva Cabral (I) / Paulo Rodrigues da Costa Manso.
Forma:         Escudo português partido em pala. O 2.º do partido, cortado. Estas armas estão mal representadas, à revelia dos preceitos da Heráldica.
O 1.º do partido de COSTA – cinco costas dispostas em faixa e firmadas no flanco esquerdo (devia ser, em campo vermelho seis costas de prata, postas 2,2, 2) / a avaliar pelo timbre (Leitão?), neste 1.º quartel deviam figurar as armas de Leitão que são em campo de prata com três faixas de vermelho; o 2.º do partido apresenta o primeiro do cortado de CABRAL (Espanhol) -- com um arbusto não identificado, sustido por duas cabras afrontadas (devia ser, de prata, com duas cabras de negro, gotadas de ouro, uma sobre a outra; e o segundo de SILVA ou SILVEIRA (?) – um ramo de silvas, que aqui serão armas falantes[1] (no caso de SILVA, devia ser um leão; no caso de SILVEIRA, em campo de prata, com três faixas de vermelho)[2].
Diferença:    Uma estrela de seis raios, colocada fora do escudo, frente ao timbre.
Elmo:           De grades, olhando à direita do escudo.
Timbre:       Um animal não identificado (leitão?), em vez de duas costas do escudo, em aspa, que lhe compete.
Local:          Fachada de capela da Casa da Quinta do Ouriço, Castelo Novo.
Data:            Primeira metade do século XVII, na vigência do domínio filipino (?), desconhecendo-se a existência da respectivo documento de concessão.


Pedra de Armas
Esta discreta pedra de armas apresenta vários desvios em relação às rígidas convenções heráldicas: quer a nível da representação dos costados, quer na escolha do timbre, quer ainda no posicionamento da diferença.
A representação dos costados é feita à revelia das convenções heráldicas com várias peças mal representadas. Só com algum esforço e conhecendo-se as primeiras gerações e apelidos desta família, podemos chegar à sua identificação.
Vejamos.
No 1.º do partido, de COSTA, as armas são perceptíveis, mas mal representados.
No 2.º do partido e primeiro do cortado, de CABRAL, numa variante espanhola de “duas cabras afrontadas”, cuja correspondência na Heráldica portuguesa é de “duas cabras, uma sobre a outra”.
No 2.º do partido e segundo do cortado, temos uma representação bastante arbitrária que nos remete para os SILVA, por ser este um dos apelidos desta família, sempre representado por um leão, e aqui figurado pelo respectivo arbusto (silva), ao modo de arma falante. Eventualmente este poderia ser SILVEIRA, também ele mal representado, ao modo falante[3].
Quanto ao timbre, posto sobre o elmo, representa erradamente a família Leitão, a qual não figura nas peças do escudo. O timbre deveria ser tirado da família Costa.
O elmo, de grades e olhando à direita do escudo, está relativamente bem representado.
O paquife, que abraça o escudo, é constituído por oito sinuosas folhas de acanto, sendo quatro de casa lado do escudo.
Quanto à diferença, esta não está lo local que lhe compete, que é o canto superior direito do escudo, pois, erradamente foi colocada num plano superior ao escudo, à direita do elmo.


Castelo Novo, Solar da Quinta do Ouriço / Correia Sampaio.
Pormenor
(Foto: Manuel Ferros,
«Solares e Brasões«)











O 2.º de SILVEIRA, mal
 representado (armas falantes?).
Casa das Armas Reais
em São João de Areias
(Foto: Manuel Ferros,
«Solares e Brasões«)
A estranha configuração desta pedra de armas, à revelia das regras da Armaria e da qual não se conhece o respectivo documento de concessão, não nos leva a concluir serem armas assumidas ou resultantes de um embuste.
Atribuídas a um fundador da casa inicial – um Manuel da Silva Cabral, do qual há três homónimos –, terão sido concedidas nos anos finais da dominação filipina, ou até após a Restauração (1640).
A ciência heráldica andou em grande desleixo até ao reinado do rei D. Manuel I (1495-1521), pois sabemos que “alguns oficiais de armas eram comediantes mímicos e tocadores de trombeta” segundo refere o Livro dos Arautos (1416)[4]. Foi neste reinado que, com a centralização orgânica e jurídica da Corporação dos Reis de Armas[5], a Armaria atingiu o apogeu, ao qual não foi alheio os competentes oficiais de armas que este rei mandou recrutar – alguns deles no estrangeiro – e remunerar condignamente, o que lhes aumentou o prestígio e contribuiu para introduzir algum rigor na execução das armas concedidas. Alguns destes novos oficiais de superior categoria – rei de armas, arautos, passavantes, escrivães da nobreza e armeiro-mor –, eram letrados, bacharéis e gente com cultura histórica e artística, ao contrário do que sucedia anteriormente. Desta política resultaram cartas de brasão de armas que eram esplêndidas obras de arte caligráfica e de iluminura, das quais muitas chegaram até nós e se reflectiram em belíssimas pedras de armas que ainda decoram algumas fachadas solarengas.
Porém, este apogeu da arte heráldica acabaria por começar a entrar em declínio por volta do último quartel de Quinhentos, e em nossa opinião devido à Batalha de  Alcácer-Quibir (1578) com os muitos milhares de mortos e cativos entre os quais mais de duzentos membros da nobreza, assim como a crise dinástica subsequente e o gigantesco aumento do custo de vida; factores estes que implicaram o desinteresse pelas questões da Armaria.
Esta decadência da heráldica ter-se-á acentuado no reinado de D. Filipe III (1621-1640) de Portugal, e IV de Espanha – provável período da concessão destas armas – durante o qual é nomeado para derradeiro Rei de Armas Principal de Portugal um oficial que “não passava de um cerieiro” representante de “ofícios mecânicos e sem nobreza[6]. Este fabricante/vendedor de velas terá permanecido neste cargo para lá da Restauração (1640), e viria a ser substituído nesta função por um ourives de profissão, tendo o Cartório da Nobreza chegado ao reinado de D. João V (1707-1750) “em total desordem, notando-se a falta de muitos registos de cartas de armas e respectivas sentenças e graves defeitos e erros evidentes pejarem os livros de registo pelos quais os Reis de Armas se regiam no seu labor”, segundo refere Frei José da Cruz numa petição feita em 1722 e dirigida ao rei D. João V (1707-1750), na qual propunha diversas reformas[7].
Terá sido este um dos períodos negros da Heráldica, iniciado com o rei D. Filipe III, cuja decadência se prolongou por cerca de um século.
Tudo nos leva a concluir que a Carta de concessão destas armas, por motivo que desconhecemos, não devia constar a sua representação gráfica, ou até a sua descrição detalhada, pelo que ficou ao critério do destinatário a sua execução. Da ignorância do armigerado quanto ao modo representar estas armas, resultou este equívoco heráldico…

Solar da Quinta do Ouriço
Pela observação atenta da casa senhorial actual, composta por uma volumetria complexa que se desenvolve por vários corpos articulados de dois pisos com uma cobertura de várias águas, distribuídos em torno de um pátio aberto. É uma grande e imponente casa, com todos os vãos de perfil rectilíneo, e respectiva moldura em granito, revelando uma grande sobriedade.
Solar da Quinta do Ouriço, 
ala mais antiga (séc. XVII).
Presume-se que tenha tido origem numa casa rural dos finais de Quinhentos, com algumas instalações anexas de apoio à agricultura, a qual foi acrescentada ao longo dos dois séculos seguintes, e sucessivamente ampliada até chegar à configuração actual; tudo isto tendo como elemento central a discreta capela que ostenta a pedra de armas do seu fundador (?).
O núcleo mais antigo, localizado em frente e à direita de quem entra, com os vão assimétricos e uma grande sobriedade de elementos decorativos, aparenta datar do século XVII, e foi provavelmente da iniciativa de um MANUEL DA SILVA CABRAL, do qual houve três homónimos seguidos nesta família na primeira metade do século XVI. 
Castelo Novo,
 Capela de Santa Ana.
A ala mais moderna da casa, à esquerda de quem entra no pátio, com três pisos devido ao desnível da Rua de Santa Ana, apresenta do lado dessa rua três planos delimitados por pilastras em granito e será dos finais de Setecentos (?).
Algumas das obras que sofreu, serão da iniciativa de ANTÓNIO PEDRO MANUEL CORREIA DA SILVA E SAMPAIO (1853-1921), 1.º visconde de Castelo Novo. Este último, em 1878, reedificou à sua custa a Capela de Santa Ana, sita na rua do mesmo nome, junto a uma extrema da sua quinta[8].
Mais recentemente foi restaurada (1993-1996), tendo daí resultado um bom projecto de turismo de habitação (Solar da Quinta do Ouriço - Casa Grande), o qual tira partido da aldeia histórica onde se situa e do espaço paisagístico envolvente.

Capela da Quinta do Ouriço
Esta casa senhorial tem uma pequena capela privativa sob a invocação de Santa Isabel, a qual está integrada no centro do conjunto edificado.
Capela de Santa Isabel, retábulo.
A sua frontaria quase não se destaca da casa, a não ser pelo seu discreto portal de acesso, encimado por um arco de volta perfeita com uma moldura em cantaria de granito, assim como um pequeno campanário sineiro colocado no topo da fachada.
No interior, de pé direito duplo, esta capela apresenta um retábulo em talha dourada com três painéis cujo tema central é a Visitação, tema que descreve o encontro entre a Virgem Maria e sua prima Santa Isabel, então grávida de seis meses, esperando o futuro São João Baptista, o qual deu saltos de prazer no ventre materno devido à presença da futura mãe de Jesus (Lucas, I, 39-45).
Supomos que a mesma foi fundada, à semelhança de muitas outras capelas de casas solarengas da região, para ser cabeça de um morgadio e servir de panteão à família dos seus fundadores. Parte desta suposição está confirmada por uma inscrição que se encontra adossada numa parede lateral.
Nela se referem os instituidores, PAULO RODRIGUES DA COSTA [MANSO] e sua mulher CATARINA MENDES DA CUNHA, assim como ISABEL CABRAL DA SILVA, filha dos fundadores que terá falecido antes de seus pais.
«ESTÃO SEPUL
TADOS NESTA CA
PELA OS INSTITUIDORES
DELA PAULO RODRIGUES DA
COSTA E SUA MULHER CATARINA
MENDES DA CUNHA E S
UA FILHA ISABEL CABR
AL DA SILVA E NA SEPULTURA DE
SUA FILLHA NÃO SE ENT
ERRARA PESSOA ALGUMA [...]»


«Estão sepultados nesta capela os instituidores dela Paulo Rodrigues da Costa e sua mulher Catarina Mendes da Cunha e sua filha Isabel Cabral da Silva e na sepultura de sua filha não se enterrara pessoa alguma [...]»

Quinta do Ouriço
(toponímia)
Quanto à origem do topónimo Quinta do Ouriço – ouriço no singular, note-se –, segundo a nossa interpretação, não se refere ao pequeno mamífero-insectívoro vulgarmente conhecido por ouriço-cacheiro, muito menos ao ouriço do castanheiro que protege a castanha quando esta ainda está na árvore; os quais, por si só, não terão importância suficiente para justificar a designação deste local.
Em nossa opinião, este topónimo terá uma origem militar, como veremos.
Castelo Novo.
É sabido que esta localidade tinha o seu castelo fundado pela da Ordem do Templo (1202-1204), que posteriormente passou à Ordem de Cristo, assim como diversas atalaias à sua volta para vigiar a aproximação do inimigo.
O seu pequeno castelo estava integrado numa rede de fortalezas[9], e teve alguma importância estratégica na defesa desta zona do país: tanto em relação aos muçulmanos que subtraíram esta região da influência dos visigodos; quanto em relação aos castelhanos que nos seus arrabaldes fizeram algumas incursões após a Restauração (1640)[10].
Quinta do Ouriço
(localização à entrada da povoação)
Com os estragos que lhe foram infligidos pelo terramoto de 1755, e desvalorizada a sua função em relação à defesa da fronteira, de que estava afastada, este castelo acabaria por ser abandonado por desnecessário...
À volta desenvolveu-se um casario de granito, desalinhado entre si e disposto ao longo de ruas sinuosas e confusas, como era habitual na Idade Média.
Esta povoação, sem uma protecção amuralhada, em caso de ataque seria facilmente destruída, caso não estivesse previsto um dispositivo militar que, tirando partido da configuração do terreno e dos seus acessos, conseguisse suster um ataque de cavalaria inimiga antes de esta entrar na povoação em direcção à fortaleza.
Os principais acessos a esta povoação, outrora mais populosa, fazia-se em tempos recuados pela chamada Estrada Romana e pela Rua de Santana: as duas principais vias de acesso que convergiam num então arrabalde quase descampado junto à citada quinta, próxima da Capela de Santana (Séc. XVI). Este terreiro seria o local ideal para oferecer resistência à Cavalaria inimiga, atrasando a sua penetração e rápida progressão no meio urbano, dando deste modo tempo á população para se abrigar na praça de armas da fortaleza.
É de supor que, quando as atalaias detectavam a aproximação do inimigo, a infantaria – ou mesmo a população local – formava-se nesse terreno um compacto ouriço de piques para obstaculizar a progressão da cavalaria inimiga[11].
Ouriço de piques.
Os piques ou chuços, como eram designados popularmente, eram uma espécie de lanças compridas de grossa madeira que chegavam a atingir cerca de quatro metros de comprimento, tendo na extremidade uma aguçada ponta de ferro.
Estas armas primitivas, apoiadas no solo por uma compacta formação de piqueiros, formavam o temido ouriço que dizimava a cavalaria inimiga. Este dispositivo da Infantaria constituía uma barreira quase intransponível para os cavaleiros com as suas armaduras pesadas, os quais eram facilmente feridos e derrubados das suas montadas, para facilmente sucumbiam em combates apeados.
O ouriço de piques foi usado com bastante eficácia desde a antiguidade até ao aparecimento das armas de fogo, começado então a cair em desuso e acabando por desaparecer definitivamente com a reorganização militar de 1707, ao tempo do rei D. João V.
Piqueiros.
Sabemos que esta técnica ainda estava em uso na Guerra da Restauração e foi determinante para o sucesso dos portugueses na batalha de Montes Claros (1665), apesar da sua inferioridade numérica. Nesta refrega, o Marquês de Marialva ainda utilizou com sucesso a artilharia combinada com os piques de infantaria para desbaratar a cavalaria inimiga.
O ouriço defensivo foi certamente usado repetidas vezes neste local estratégico, à entrada de Castelo Novo, o qual terá ficado conhecido por “terreiro ou chão do ouriço”, preservando assim a memória deste espaço: daí o nome desta emblemática quinta.


Genealogia
Linhagem da família fundadora desta casa

§ 1
1.        MANUEL DA SILVA CABRAL (I), casado com D. MARIA BRANCO.
Tiveram:
2.        MANUEL DA SILVA CABRAL (II), que segue abaixo.
2.        ESTÊVÃO DA SILVA CABRAL, solteiro.
2.      CATARINA MENDES DA CUNHACasou com o capitão PAULO RODRIGUES DA COSTA MANSO (f. 1669), o qual, em meados do século XVII, juntamente com sua mulher instituiu a Capela da Quinta do Ouriço em Castelo Novo, provável cabeça de um vínculo/morgado.
Seu marido era filho do licenciado Julião Rodrigues Costa (b. 1620) baptizado a 6-II-1620 em Castelo Novo, e de D. Margarida Manso; neto paterno do licenciado Constantino [ou Feliciano] Rodrigues e de D. Isabel Fernandes [ou de D. Helena Manso], e materno do licenciado Gregório Antunes e de D. Isabel Marques[12].
Paulo Rodrigues era irmão de D. Feliciana da Costa que foi casada com Francisco Fernandes Sarafana, familiar do Santo Ofício, o qual por sua vez era filho de Pedro Lopes Sarafana e de D. Maria Fernandes, e neto paterno de Domingos Vaz e de D. Isabel Lopes.
Tiveram.
3.       ISABEL CABRAL DA SILVA (1640-1666), falecida nova, sem geração.

A família MANSO esteve representados no Fundão na pessoa do padre FRANCISCO DE OLIVEIRA MANSO que a 29-XII-1699 aqui instituiu uma capela com bens próprios e a obrigação de 10 missas por ano, para familiares seus, e na sua ausência destes, para “meu parente” SIMÃO BOTELHO MALDONADO (c. 1685), segundo consta num manuscrito que regista as capelas/morgados instituídas no Fundão[13].
SIMÃO BOTELHO MALDONADO (c. 1685), era administrador de uma capela instituída «nas suas casas da Praça» (Praça Velha) no Fundão, com a obrigação de 40 missas por ano, tendo casado com D. BRITES DE OLIVEIRA [MANSO?]. Era filho de HEITOR PINTO CARDOSO (c. 1678), residente no Fundão, e de D. MARIA MARQUES GIRALDES, a qual era filha de DIOGO ÁLVARES GIRALDES RICO, herdeiro de avultados bens em Idanha-a-Nova onde casou a 3-II-1625 D. ELVIRA MARQUES, filha de Mateus Gon­çalves Leitão e de sua mulher D. Inês Nunes[14].

2.       ANA DA SILVA, casada com GREGÓRIO PEREIRA DA CÂMARA.
2.       GUIOMAR DA SILVA CABRAL, casada com FRANCISCO DA COSTA PINTO, o qual terá casado mais de uma vez, do qual, no concelho do Fundão são conhecidos dois homónimos.
O marido de D. Guiomar da Silva Cabral, teria sido o FRANCISCO DA COSTA PINTO, (f. 1639), natural da Torre de Moncorvo, “tabelião do público judicial e notas de Castelo Novo” onde veio a falecer a 28-VIII-1639, o qual sabemos ter casado (em segunda núpcias?) com D. APOLÓNIA LEITÃO (f. 1668)[15], natural de Castelo Novo e já viúva em 1656[16], com numerosa geração.
Teve um neto homónimo que foi FRANCISCO DA COSTA PINTO (1641-1696?), fidalgo da Casa Real e capitão de cavalos arcabuzeiros, e “escrivão das sisas gerais e dos panos e selos deles e das guias do lugar do Fundão” (1669).
Este último era um dos 10 filhos das segundas núpcias de GONÇALO SERRÃO DE AZEVEDO (f. 1662), “escrivão de sisas gerais, guias e selos dos panos do Fundão” (1622), onde era senhor da Casa do Serrão à Rua da Cale, a qual ostenta a sua pedra de armas, um dos mais belos escudos heráldicos desta região, casado com nas suas segundas núpcias com D. JULIANA DA COSTA PINTO (f. 1679)[17], falecida a 1-III-1679 no Fundão. Gonçalo Serrão, das suas primeiras núpcias com D. Antónia Rodrigues (f. 1635), teve pelo menos mais 4 filhos[18].

2.       MANUEL DA SILVA CABRAL (II), homónimo de seu pai, casado com MARGARIDA DA SILVA E CUNHA.
Tiveram, entre outros.
3.       MANUEL DA SILVA CABRAL (n. 1645) (III), que segue.

3.       MANUEL DA SILVA CABRAL (n. 1645) (III), homónimo de seu pai e avô, nasceu a 29-V-1645 em Castelo Novo, concelho do Fundão, onde casou a 29-V-1667 com D. MARIA FREIRE (f. 1699), irmã do Dr. Manuel Freire de Matos. Deste casamento não houve filhos legítimos.
Terá sido ele o fundador da primitiva casa da Quinta do Ouriço, origem do actual denominado Solar Correia Sampaio, o qual não tendo filhos legítimos deixou a casa a um parente.
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Sabemos que foi padrinho de baptismo de Pedro Freire Corte-Real (n. 1676), mestre de campo do Terço de Auxiliares de Castelo Branco e familiar do Santo Ofício (Carta de 7-I-1721), nascido a 20-XII-1676 e baptizado a 31-XII-1676 na igreja de Santa Maria de Castelo Branco, filho de Diogo Freire Corte-Real (1653-1681), natural da Sertã, Castelo Branco, casado em Alpedrinha com D. Brízida de Almeida (f. 1710), falecida em Castelo Branco. Este seu afilhado, e provavelmente parente, veio a casar com D. Filipa Teresa Serpa da Silva Lobo, da Covilhã, filha de Diogo de Serpa da Silva, familiar do Santo Ofício (Carta de 28-XI-1696), e de sua mulher D. Inês Tavares da Costa Lobo, ambos naturais da Covilhã, segundo refere Armando Sacadura Falcão (in Freires Cortes-Reais, p. 189).  
Foi uma neta deste seu afilhado de baptismo – D. Ana Luísa de Albuquerque da Silva Freire de Serpa (1762-1802), no § 2, n.º 3 – que veio a ter a posse da Quinta do Ouriço.
Não tendo filhos legítimos deixou esta casa a uma irmã cujo nome desconhecemos, a qual veio a casar com um FREIRE CORTE-REAL, do quais descendia D. Ana Luísa de Albuquerque da Silva Freire de Serpa (1762-1802), casada com Francisco Lopes Sarafana Correia da Silva Sampaio (1738-1803), que vieram a ser herdeiros da Quinta do Ouriço e vão no § 2, n.º 3.
n
Teve um filho ilegítimo de APOLÓNIA DA CRUZ LEITÃO, donzela:
4.       PEDRO (n. 1697). Sem mais notícia.


A partir destas primeiras gerações, desconhecemos a sucessão exacta na posse desta casa.
Por sucessão dos anteriores SILVA CABRAL – desconhecemos ao certo qual foi – passou o Solar da Quinta do Ouriço à família CORREIA SAMPAIO.
Pinho Leal, no seu Portugal Antigo e Moderno - Dicionário Geográfico (Vol. 2, p. 183), ao abordar Castelo Novo, refere que “a melhor casa da vila e arredores, é a dos srs. Sarafanas (tinha um cedro monstruoso e antiquíssimo que secou em 1864)”.
Esta informação remete-nos a posse desta casa para a família SARAFANA, sucessora dos SILVA CABRAL, ficamos na posse de uma pista a partir da qual podemos fazer algumas deduções.
Sabemos que nos finais do século XIX esta casa foi parar à posse de PEDRO CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1855-1915), segundo irmão de ANTÓNIO PEDRO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1853-1921), 1.º visconde de Castelo Novo, descendentes dos abastados Sarafanas.
Alenquer, Quinta de D. Carlos.
Esta distinta família dos CORREIA SAMPAIO, engrandecida ao longo de várias gerações, entre várias heranças reunidas por alianças matrimoniais, veio a ter a posse dos bens do morgadio da Casa do Bravo em Alenquer, concelho onde os CUNHA MENDONÇA E MENESES, marqueses de Olhão e condes de Castro Marim, também tinham a antiga Casa de D. Carlos com a sua soberba quinta. 
A proximidade geográfica destas duas famílias no concelho de Alenquer, terá levado a alianças matrimoniais que facilitariam a ascensão dos Correia Sampaio à média-alta nobreza da capital, no seu
Alenquer, Quinta de D. Carlos.
trajecto sociológico dos últimos três séculos.
A família SARAFANA – nome proveniente de alcunha (?)[19] – salientou-se no distrito de Castelo Branco desde o século XVI e alguns dos seus ramos destacaram-se no serviço militar e na magistratura, assim como foram abastados proprietários de grandes casas agrícolas, nomeadamente em Alpedrinha (Palácio Sarafana / Palácio do Picadeiro, séc. XVIII), Atalaia do Campo, Idanha-a-Nova, Aldeia de Santa Margarida, São Miguel de Acha, Monforte da Beira e Sobral do Campo.
Do ramo de Alpedrinha, conhecemos D. MARIA NUNES SARAFANA (c. 1710), filha de João Leitão e de D. Ana Dias Rego, casada com MARÇAL NUNES LEITÃO. Esta senhora instituiu um vínculo a 22-IV-1710 no qual nomeou para 1.º administrador o seu filho Francisco Marques Giraldes que foi juiz da Alfândega de Idanha-a-Nova, onde casou a 28-IX-1722 com D. Maria de Melo Geraldes de Eça Coutinho[20].

§ 2
1.      FRANCISCO LOPES SARAFANA (c. 1678)[21], de Vale de Prazeres, concelho do Fundão, familiar do Santo Ofício (Carta de 11-VIII-1692), provedor da Santa Casa da Misericórdia de Alpedrinha (1694-1695
 e 1708-1709) sargento-mor de Alpedrinha (1709).
        Casou a ?-II-1678 com D. MARIA LUIZA SARMENTO, natural de Alpedrinha, filha de Gregório Morais natural de Alpedrinha, e de D. Maria Luísa natural do Alcaide. Eram quartos avós do Visconde de Castelo Novo[22].
Tiveram:
2.       ANTÓNIO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1708), que segue.             

2.       ANTÓNIO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1708)[23], nasceu a 6-IX-1708 e foi baptizado a 3-X-1708 em Alpedrinha, filho segundo que veio a suceder na casa de seus pais, ainda solteiro foi soldado de Cavalos da Companhia de Belchior Pacheco da Gama[24].
Casou a 14-IV-1753 com sua prima D. MARIA RITA FREIRE SARAFANA (n. 1713) nascida a 6-XII-1713 e baptizada a 20-XII-1713 em Idanha-a-Nova, apadrinhada por Manuel Álvares Rico de Idanha-a-Nova, e tendo por testemunhas Bartolomeu Nunes Cardoso e Pedro Fernandes Galinha. Era filha herdeira de Manuel Fernandes Galinha natural do Rosmaninhal, concelho de Idanha-a-Nova, tenente de Cavalaria, e de sua mulher D. Catarina Marques Giraldes; neta paterna do capitão Pedro Fernandes Magro Galinha, tenente de Cavalos natural de Segura, casado em 8-I-1671 no Rosmaninhal com D. Maria André natural de Segura (filha de Manuel André Ripado e de D. Maria Lopes de Brito, naturais do Rosmaninhal); e neta materna de Giraldo Marques e de D. Maria Nunes Sarafana, naturais de Idanha-a-Nova.
Tiveram:
3.       FRANCISCO LOPES SARAFANA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1738), que segue

3.       FRANCISCO LOPES SARAFANA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1738-1803) que nasceu a 4-I-1738 e foi baptizado a 27-I-1738 em Idanha-a-Nova, tendo por padrinho Belchior Pacheco da Gama capitão de Cavalos natural de Ponte de Lima, com procuração a Manuel do Rego, e por testemunhas o Dr. Timóteo de Sousa Refóios e João Fernandes Rodrigues, entre outros.
Foi senhor de vários morgados em Alpedrinha, Vale Prazeres e Idanha-a-Nova, juiz de fora no Alandroal e na Guarda, provedor da antiga comarca de Viana do Minho, familiar do Santo Ofício (Carta de 29-VIII-1769)[25]. Faleceu a 7-VII-1803.
Mandou edificar o Palácio Sarafana / Palácio do Picadeiro em Alpedrinha, um grande solar de tipologia barroca do qual só foi construída uma parte do seu projecto inicial nos finais do Séc. XVIII, obra do mestre Carlos Caetano Correia de Castro natural do Minho. Este palácio ostenta uma pedra de armas esquartelada de: 1.º - CORREIA, 2.º - SILVA, 3.º - VIEIRA, e 4.º - SAMPAIO.

Palácio Sarafana (Picadeiro).
Esquartelado: CORREIA,
SILVA, VIEIRA, e SAMPAIO.

Alpedrinha, Palácio Sarafana (Picadeiro).


Casou com D. ANA LUÍSA DE ALBUQUERQUE DA SILVA FREIRE DE SERPA (1762-1802), a qual foi herdeira da Quinta do Ouriço em Castelo Novo (por herança de seus antepassados que a receberam em doação de Manuel da Silva Cabral, no § 1, n.º 3), nascida a 3-III-1762 em Castelo Novo, e falecida a 18-III-1802 em Alpedrinha onde recebeu sepultada própria na Igreja Matriz desta vila.
Sua mulher era filha herdeira das segundas núpcias de Diogo José Freire da Silva Serpa[26], natural de Alpedrinha, capitão-mor de Castelo Novo e Alpedrinha, que teve o ofício de escrivão da Provedoria de Castelo Branco (Alvará de 20-II-1751), casado com sua prima D. Catarina de Sousa Botelho de Albuquerque, natural de Alpedrinha; neta paterna de Pedro Freire Corte-Real (n. 1676) natural de Castelo Branco, e de sua mulher D. Filipa Teresa Serpa Silva Lobo; e neta materna de António de Sousa Botelho e de sua mulher D. Ana Luísa de Albuquerque Maldonado.
Tiveram:
4.    ANTÓNIO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1788), que segue.

4.       ANTÓNIO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (c. 1788), homónimo de seu avô e sucessor na casa de seus pais, fidalgo da Casa Real (Alvará de 19-XI-1823), comendador da Ordem de Cristo, coronel agregado do Regimento de Milícias de Idanha-a-Nova, cidade onde tinha a grande Casa Sarafana com a capela anexa do Sagrado Coração de Jesus, foi abastado proprietário do distrito de Castelo Branco. Era natural de Alpedrinha, e sabemos que era vivo em Junho de 1853 quando foi padrinho de baptismo do seu neto António Pedro Manuel que viria a ser 1.º visconde de Castelo Novo.
Casou com D. MARIA JOANA DE FIGUEIREDO COSTA SOTTOMAYOR[27], natural de escalos de Cima, no concelho de Castelo Branco, filha de José Nicolau de Figueiredo da Costa Pegado, fidalgo da Casa Real, cavaleiro professo da Ordem de Cristo, abastado proprietário de Escalos de Cima onde era senhor do Solar dos Figueiredos, armoriado de COSTA, FIGUEIREDO, PEGADO e SEQUEIRA, com a respectiva capela anexa de São Domingos[28], e de sua mulher D. Ana Victória Sottomayor, nascida na Casa da Quinta do Bravo que era um morgadio na freguesia de Triana, no concelho de Alenquer, o qual terá passado de seu irmão – que teve duas filhas casadas, mas sem geração –, para a sua descendência[29].
D. MARIA JOANA foi irmã de D. ANA VICTÓRIA SOTTOMAYOR (1795?-1875), administradora de sua casa, filha homónima de sua mãe, natural de Escalos de Cima, e falecida solteira a 6-I-1875 na casa n.º 3 da então Rua da Cruz em Castelo Novo, onde foi sepultada aos 80 anos de idade.
Tiveram (8):
5.       FRANCISCO CORREIA DA SILVA SAMPAIO (c. 1815), que segue mais abaixo.
5.       MARIA DO PATROCÍNIO CORREIA SAMPAIO (n. 1814), nascida a 7-II-1814.
5.       JOSÉ CORREIA SAMPAIO (n. 1816).
5.       ANTÓNIO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1817), nascido a 6-IV-1817.
5.       MARIA RITA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1818), nascida a 23-III-1818.
5        DIOGO CORREIA DA SILVA SAMPAIO SOTTOMAYOR (n. 1819), nascido a 4-IV-1819.
5.       MARIA DA PIEDADE CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1823), que nasceu a 10-III-1822 e veio a
          falecer a 23-I-1880 em Castelo Novo. Solteira.
5.       ANTÓNIA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (n. 1823), nascida a 13-V-1813.


Solar dos Figueiredos.
Pedra de armas: COSTA,
FIGUEIREDO, PEGADO,
e SEQUEIRA.
Escalos de Cima, Solar dos Figueiredos.


5.     FRANCISCO CORREIA DA SILVA SAMPAIO (c. 1815), natural de Escalos de Cima, licenciado, fidalgo cavaleiro da Casa Real e abastado proprietário nos concelhos de Idanha-a-Nova, Fundão e Alenquer, por sucessão na casa de seus pais.
         Foi senhor da Solar dos Figueiredos em Escalos de Cima e do morgado da Casa da Quinta do Bravo em Alenquer, a qual terá sido de sua avó materna D. Ana Victória Sottomayor[30], e lhe foi deixado por uma prima falecida sem herdeiros que foi D. Antónia da Arrábida Pereira Forjaz de Coutinho Lencastre casada com Joaquim José Pereira de Sousa (1794-1853), seu primo afim e padrinho de casamento.
Lisboa, Bairro Alto,
Cunhal das Bolas.
Lisboa, Bairro Alto,
Palácio do Cunhal das Bolas.
Casou a 29-I-1851 no “Oratório do Palácio do Exmo. D. Pedro da Cunha Mendonça e Menezes” – o Palácio do Cunhal das Bolas ao Bairro Alto, casa do pai da noiva , na freguesia das Mercês em Lisboa, com D. MARIA LEONOR DA CONCEIÇÃO DE MELO E CASTRO COSTA E SOUSA (1833-1855), nascida a 28-VII-1833 na freguesia das Mercês em Lisboa, tendo por padrinhos deste matrimónio Joaquim José Pereira de Sousa (detentor dos bens do morgado do Bravo)[31], morador na então Rua Largo de São Roque[32], e Albano Caldeira [Leitão] Pinto de Albuquerque (n. 1818), morador na Travessa de Estevão Galhardo[33]. Veio a falecer a 15-VI-1855, antes de sua mãe D. Maria Rosa (f. 1884), pelo que não sucedeu nos morgados, os quais foram extintos em 1863, dispersando-se o seu património pelas restantes filhas sobrevivas.
Azeitão, Quinta do Morgado de Alcube.
Era a primogénita de três irmãs[34], filhas de D. Pedro José de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses (1810-1866), baptizado a 18-III-1810 no Beato em Lisboa e falecido a 28-V-1866 em Alverca do Ribatejo, concelho de Vila Franca de Xira, o qual foi casado nas primeiras núpcias de D. Maria Rosa de Melo e Castro Costa Mendonça e Sousa (1811-1884)[35], foi senhora da Casa dos Melos e da Casa do Cunhal das Bolas em Lisboa, e do Morgado de Alcube em Azeitão, nascida a 31-XII-1811 no Rio de Janeiro, e falecida a 28-I-1884 em São Vicente de Fora, Lisboa; neta paterna de D. Pedro de Melo da Cunha Mendonça e Meneses (1784-1644), 2.º marquês de Olhão, 2.º conde de Castro Marim, descendente por bastardia do rei D. João II (1475-1495)[36], e de sua mulher D. Mariana Francisca de Meneses da Silveira e Castro (1784-1816).


Lisboa, Rua de Xabregas,
Palácio de Xabregas (Ollhão-Castro Marim)
Lisboa, Rua de Xabregas,
Palácio de Xabregas (Ollhão-Castro Marim)













Lisboa, Calçada do Combro,
Palácio Marim-Olhão.

Esta família também foi senhora do grande Palácio Marim-Olhão ao Bairro Alto em Lisboa, com uma grande fachada de três pisos, ladeado pela Calçada do Combro, Rua do Século e Travessa das Mercês.
Este Palácio foi mandada erigir ao estilo Barroco Romano pelos Melo e Cunha, tendo ficado danificado com o Terramoto de 1755 pelo que o seus proprietário passaram a residir no seu Palácio de Xabregas (Olhão – Casto Marim). Foi então arrendando e por volta de 1801 e serviu de sede ao Correio Geral do Reino, passando então a designar-se por Palácio dos Correios Velhos. 
A descendência deste casal vem amplamente tratada em Armando da Sacadura Falcão, Freires Côrtes-Reais, 2.ª edição (Lisboa, Universitária Editora, 2000).
Tiveram:
6.          ANTÓNIO PEDRO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1853-1921), 1.º visconde de
Castelo Novo, que segue abaixo.
6.       PEDRO CORREIA DA SILVA SAPAIO (1855-1915), herdeiro do Solar da Quinta do Ouriço em
Castelo Novoque segue mais abaixo no § 3.

6.     ANTÓNIO PEDRO MANUEL CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1853-1921), 1.º visconde de Castelo Novo (Decreto de 10 e Carta de 20-X-1870)[37], nasceu a 21-VI-1853 e foi baptizado a 29-VI-1853 em Escalos de Cima, tendo por padrinhos o avô paterno Francisco Correia da Silva Sampaio e o Dr. José Nicolau Correia da Silva, e por testemunhas o Dr. António Manuel Correia da Silva e o Dr. Joaquim Correia da Silva, tios do baptizado. Faleceu a 17-XI-1921 no Solar dos Figueiredos em Escalos de Cima. Ao longo da sua vida aparece mencionado com diversos nomes[38].
Foi fidalgo da Casa Real, abastado proprietário de terras no concelho do Fundão, representante por sua mãe da casa dos Melos do Cunhal das Bolas em Lisboa, residente no Solar dos Figueiredos em Escalos de Cima, e no Palácio de Xabregas (Palácio Olhão - Castro Marim) em Lisboa onde nasceram vários dos seus filhos. Não habitou a casa da Quinta do Ouriço em Castelo Novo que ficou para seu irmão.
Fez algumas descobertas no domínio da arqueologia, das quais resultaram alguns artefactos que foram oferecidos ou Museu Francisco Tavares Proença de Castelo Branco.

O visconde de Castelo Novo, aos 35 anos de idade, foi um dos aristocratas participantes no primeiro jogo de futebol realizado em Portugal. Este «ensaio» – como à época foi designado – disputou-se no campo da Parada em Cascais, numa tarde de um Domingo de Outubro do ano de 1888.
Este encontro desportivo foi da iniciativa de Guilherme Pinto Basto, com uma bola trazida de Inglaterra pelos seus irmãos Eduardo e Frederico, onde todos eles estudaram. Dele participaram os irmãos Pinto Basto, e diversos amigos, assim como várias figuras ilustres da época que passavam longas temporadas em Cascais.
Cascais, participantes no 1.º «ensaio»
de futebol (Outubro, 1888).
A assistência era constituída por inúmeras pessoas ligadas à Corte.
Os jogadores foram: João Maria Bregaro (sogro do 3.º conde de Castro), Jorge Figueira, Francisco Figueira, Eduardo Romero, Francisco Alte, Salvador França, o concelheiro Aires Ornelas (que viria a ser ministro de vários governos da monarquia), Salvador Asseca (visconde de Asseca), António Avilez, Francisco Avilez, Pedro Sabugal, D. Simão de Sousa Coutinho (filho do 3.º marquês de Borba), Augusto Moller, Vasco Sabugosa (conde de São Lourenço?), Hugo O'Neill, Luís Trigoso, Manuel Salema, Visconde de Castelo Novo (António Sampaio) e os irmãos Guilherme, Eduardo, Frederico e Carlos Pinto Basto. 

Alenquer, Quinta de D. Carlos.
Casou a 5 -X-1876 na capela de Nossa Senhora da Conceição da Quinta de D. Carlos[39], na freguesia de Santa Quitéria de Meca, concelho de Alenquer, com sua prima, irmã de sua cunhada, D. MARIA LUÍSA DE MELO DA CUNHA DE MENDONÇA E MENESES (1856-1929), que nasceu a 24-XI-1856 no Palácio de Xabregas (Olhão – Castro Marim)[40], e foi baptizada a 27-XI-1856 na Igreja de São Bartolomeu do Beato em Lisboa, tendo por padrinhos José Maria Rangel de Mascarenhas e Quadros, de Lisboa, Pedro Correia da Silva Sampaio (irmão do nubente), de Escalos de Cima, e como testemunhas António Manuel Correia da Silva Sampaio (avô do nubente?]) morador em Castelo Novo; e Diogo Correia de Sampaio Sottomayor, morador em Idanha-a-Nova. 
Vicente António da Silva
Correia (f. 1848).
Partido de SILVA e CORREIA.
Sua mulher era uma dos 15 filhos de D. José de Melo da Cunha Mendonça e Meneses (1809-1870), 4º Conde de Castro Marim, senhor da Casa dos Marqueses de Olhão, e de sua mulher D. Maria Rita Valésia da Silva Correia (1827-1916)[41], os quais casaram no Oratório do seu palácio de Xabregas, apadrinhada por D. Luís da Cunha; neta paterna de D. Pedro de Mello da Cunha Mendonça e Menezes (1784-1844), 2º marquês de Olhão, casado a 26-VIII-1804 com D. Mariana Francisca de Menezes da Silveira e Castro (1784-1816); neta materna de Vicente António da Silva Correia (f. 1848), natural de Estremoz, oficial superior do exército, deputado pelo Alentejo às Cortes Constituintes de 1820, cavaleiro da Ordem de Cristo, moço fidalgo da Casa Real (Alvará de 8-VIII-1824)[42], que obteve Carta de Brasão de Armas (1825) com um escudo partido de SILVA e CORREIA.
A extinção dos morgadios (1863), e o grande número de filhos de algumas gerações, levou à pulverização do património fundiário.
Tiveram (10):
7.    FRANCISCO JOSÉ CORREIA MENESES DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1878-1952), que nasceu a 16-III-1878 na Rua das Escolas Gerais, n.º 6, e foi baptizado a 20-V-1878 na Igreja de São Vicente de Fora em Lisboa, tendo por padrinho o Dr. António Manuel Correia da Silva Sampaio, solteiro, proprietário de Castelo Novo, representado com procuração a Pedro Correia da Silva Sampaio, solteiro, proprietário, morador em casa dos pais do baptizado, e por madrinha D. Maria Rita Valésia da Silva Correia, viúva, proprietária, avó materna do baptizado moradora em Xabregas. Faleceu a 27-XII-1952 em Escalos de Cima.
          Casou a 25-VIII-1922 com D. SOFIA ROBALO (1875-1963), nascida a 28-II-1875 e baptizada a 28-III-1875 na Igreja de São Pedro de Escalos de Cima, concelho de Castelo Branco, filha de Manuel Robalo, lavrador, e de D. Ana Beata, ambos naturais de Escalos de Cima onde eram moradores, neta paterna de Manuel Robalo e de D. Angélica Fevereiro, e materna de Antónia dos Santos, naturais de Escalos de Cima, tendo por padrinho João Gomes, solteiro, e por madrinha D. Maria Lombarda (?), viúva. Faleceu a 27-X-1963 na freguesia de Santa Clara de Coimbra.
          Tiveram geração que seguiu os apelidos MELO E CASTRO.
7.      D. MARIA RITA CORREIA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1879-1882), que nasceu a 17-X-1879 no Palácio de Xabregas (Olhão - Castro Marim) na então Rua Direita de Xabregas, actual Rua de Xabregas, na freguesia do Beato em Lisboa[43], e aí baptizada a 4-X-1889, apadrinhada por Diogo Correia Sampaio Sottomayor, solteiro, natural de Idanha-a-Nova, tocando com prenda por procuração Pedro Correio da Silva Sampaio, e D. Maria Rosa de Melo Cardoso Castro de Sousa, ele morador em Idanha-a-Nova e ela em Lisboa. Faleceu ainda criança a 15-XII-1882 em Lisboa.
7.      JOSÉ CORREIA DA SILVA SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1881-1943), que nasceu a 3-III-1881 na freguesia do Beato em Lisboa, e aí baptizado a 19-III-1881 na Igreja de São Bartolomeu, apadrinhado por D. José da Cunha Mendonça e Meneses, solteiro, tocando com procuração de D. Henriqueta Delfina Sottomayor, solteira e moradora em Idanha-a-Nova, e a Marquesa de Olhão (D. Maria Rita Valésia da Silva Correia). Quando solteiro, foi morador na freguesia de São José em Lisboa, cidade onde faleceu a 7-III-1943. Foi funcionário superior do Banco de Angola.
         Casou a 19-XI-1906 na freguesia de Santa Isabel em Lisboa com D. MARIA ISABEL PERESTRELO DE ALBUQUERQUE DE OREY (n. 1889), nascida a 20-VI-1889 em São Vicente, Lisboa, tendo por testemunhas deste casamento, o tio do nubente Pedro Correia da Silva Sampaio, casado, e o seu irmão Francisco Correia de Sampaio Melo e Castro. Sua mulher era uma dos sete filhos de Frederico Guilherme Mouzinho de Albuquerque de Orey (1860-1951), engenheiro, natural da freguesia de Faial, concelho de Santana, Ilha da Madeira, e de sua mulher D. Maria Eugénia Perestrelo Vasconcelos (1865-1946), natural de Lisboa.
       Tiveram geração que seguiu os apelidos CASTRO PEREIRA, MELO E CASTRO, e POSSER DE ANDRADE.
7.       D. MARIA LEONOR CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1883-1913), nasceu a 17-XII-1883 e foi baptizada a 27-XII-1823 na freguesia de Santos-o-Velho em Lisboa, tendo por padrinho António Manuel Correia da Silva Sampaio, solteiro, residente em Idanha-a-Nova, com procuração Pedro Correia da Silva Sampaio, casado, e por madrinha Antónia Carlota Correia da Silva Sampaio. Faleceu a 31-12-1913 na freguesia de Santa Isabel em Lisboa.
       Casou a 1-X-1910 em Escalos de Cima, nas primeiras núpcias de ANTÓNIO VIANA FERREIRA ROQUETTE (1884-1944), bacharel em Direito, nascido a 29-I-1884 na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, e aí falecido a 29-IV-1944.
         Seu marido era filho de José Ferreira Roquette (1850-1914), natural de Salvaterra de Magos, e de D. Sebastiana Viana da Silva Carvalho (1845-1937), natural de Lisboa; neto paterno de Luís Ferreira Roquette (n. 1823), 1.º Barão de Salvaterra de Magos, onde era grande proprietário rural. Sem geração.
7.       D. MARIANA CORREIA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1886-1961), nasceu a 16-VIII-1886 e foi logo baptizada a 19-VIII-1886 em São Vicente de Fora, em Lisboa, apadrinhada por seus tios Pedro Correia da Silva Sampaio e sua mulher D. Joaquina da Cunha Mendonça e Meneses. Faleceu a 24-III-1961 na freguesia de Santa Catarina em Lisboa.
       Casou a 20-VI-1906 no Beato, em Lisboa, com JOÃO JACINTO SEQUEIRA SEABRA (1885-1944), engenheiro Agrónomo, presidente da Junta Nacional dos Vinhos, nascido a 27-III-1885 em Salvaterra de Magos, e falecido a 24-IX-1944 em Valada, concelho do Cartaxo, filho de José Luís de Brito Seabra e de sua mulher e prima D. Maria da Conceição de Sequeira Seabra.
         Tiveram geração que seguiu os apelidos CORREIA SEABRA, SEABRA DINIZ, ALMEIDA SEABRA, SOUSA BOTELHO, e COSTA SEABRA, entre outros.
7.       ANTÓNIO CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (n. 1888), que nasceu a 28-VII-1888 na Rua do Outeirinho da Amendoeira, n.º 1, na freguesia de São Vicente de Fora em Lisboa, onde então residiam os seus pais, e foi baptizado a 4-VIII-1888 na Igreja de São Vicente de Fora. Foram padrinhos de baptismo Francisco Correia de Sampaio Melo e Castro, solteiro, estudante e morador na casa dos pais do baptizado, e D. Maria da Dores da Cunha Mendonça e Meneses, solteira, tia do baptizado, moradora na freguesia do Beato em Lisboa.
     Casou a 23-VII-1920 na Igreja do Beato, em Lisboa, com sua prima D. MARIA DO CARMO TERESA DE MELO DA CUNHA DE MENDONÇA E MENESES (n. 1897), nascida a 14-IV-1897 no Beato, e uma dos oito filhos de D. José de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses (1859-1947), 3.º marquês de Olhão, 5.º conde de Castro Marim, e de sua mulher D. Ana Mafalda José de Melo (1866-1944). Sem geração.
7.     D. MARIA SALOMÉ CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1890-1972), que nasceu a 17-XI-1890 em São Vicente de Fora, Lisboa, e faleceu a 15-IX-1972.
      Casou a 15-XI-1920 em São Vicente de Fora em Lisboa com ANTÓNIO GOMES DE AMORIM DE VASCONCELOS PORTO (1893-1956), engenheiro Civil e de Minas, director do Serviço de Exploração da Companhia dos Caminhos de Ferro do Norte de Portugal, nascido a 30-III-1893 e baptizado a 13-IV-1803 na freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém, tendo por padrinhos António Carlos Coelho de Vasconcelos Porto, e a avó materna D. Maria Luísa Barbosa, e falecido a 28-XI-1956 na freguesia de Cedofeita, no Porto. Era filho único de Carlos Augusto Coelho de Vasconcelos Porto (1862-1945), general da Arma de Engenharia, Ajudante de Campo de El-Rei D. Carlos I, natural de Monserrate, concelho de Viana do Castelo, e de sua mulher D. Margarida Barbosa Gomes de Amorim; neto paterno de Nuno António Porto e de D. Maria Carlota Coelho de Vasconcelos, e materno de Francisco Gomes de Amorim e de D. Maria Luísa Barbosa.
     Tiveram geração que seguiu os apelidos VASCONCELOS PORTO, PORTO MONTEIRO, PORTO FERNANDES, e CORDEIRO DA SILVEIRA, entre outros.
7.       PEDRO CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (1892-1917) que nasceu a 8-VIII-1892 e foi baptizado 8-VIII-1892 na freguesia da Lapa em Lisboa, onde seus pais residiam na Rua das Trinas à Lapa, n.º 104, tendo por padrinhos D. António Caetano do Carmo de Noronha, então capitão de Cavalaria (viria a atingir o posto de Coronel) e ajudante de campo do Rei D. Carlos (filho de D. João Inácio Francisco de Paula de Noronha (1820-1884), 2.º conde de Paraty), e sua mulher D. Maria Domingas de Figueiredo Cabral da Câmara (1852-1929), filha dos 3.ºs condes de Belmonte.
          Faleceu prematuramente a 7-XII-1917, solteiro, sem geração.
7.     D. MARIA DO SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS CORREIA DA SILVA SAMPAIO DEMELO E CASTRO (1894-1985), nasceu a 5-V-1894 e foi baptizada a 3-IV-1894 em Escalos de Cima, concelho de Castelo Branco, tendo por madrinha D. Antónia de Melo Sampaio, solteira, natural de Escalos de Cima e residente em Idanha-a-Nova. Faleceu a 13-XII-1985 em Lisboa.
Casou a 5-V-1913 em Escalos de Cima com LUÍS ANTÓNIO DE BARROS BOTELHO (1883-1964), nascido a 22-IX-1883, baptizado a 30-IX-1883 em Segura, concelho de Idanha-a-Nova, tendo por padrinhos Luís de Barros Biscaia e Silva aspirante do 2.º Batalhão de Caçadores da Rainha, com procuração a Tomé Augusto Botelho de Barros natural de Segura, estudante em Lisboa, e D. Maria da Conceição Botelho de Barros, solteira, natural e residente em Segura. Faleceu a 3-IX-1964 na freguesia do Coração de Jesus em Lisboa.
Era filho de João Baptista Botelho da Silva Hortas (n. 1845), natural de Escalos de Cima, e de sua mulher D. Maria José de Barros (n. 1844), natural de Vale do Peso, concelho do Crato, ambos moradores em Escalos de Cima; neto paterno de António Justiniano Baptista Botelho, natural de escalos de Cima, e de D. Joaquina Amália Biscaia Hortas, natural da freguesia de Gáfete, concelho do Crato, e materno de Tomé de Barros Castelo Branco, natural de Castelo de Vide, e de D. Maria Cassiana Biscaia e Silva, natural de Vale do Peso.
Tiveram geração que seguiu os apelidos CORREIA BOTELHO, AZEVEDO FURTADO, e SOARES DE OLIVEIRA, entre outros.
  7.    D. MARIA DE LOURDES CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO DE MELO E CASTRO (n. 1869), nasceu a 14-VIII-1896 na freguesia de Alcântara em Lisboa, cidade onde veio a falecer a 23-III-1943 na freguesia de São Cristóvão.
        Casou a 15-IV-1925 em Lisboa nas primeiras núpcias de D. FRANCISCO MARIA MARTINHO DE ALMEIDA MANOEL DE VILHENA (n. 1895), 9.º conde de Vila Flor, 2.º conde de Alpedrinha[44], engenheiro Agrónomo, professor do Instituto Superior de Agronomia, Bailio Grã-Cruz da Soberana Ordem de Malta, nascido a 5-XI-1895 na freguesia da Sé, no Porto, filho de D. Tomás Maria de Almeida Manuel de Vilhena (1864-1932), 8.º conde de Vila Flor, natural de Lisboa, e de sua mulher D. Maria Josefina de Azevedo Teixeira de Aguilar (n. 1864), natural do Porto, a qual era filha de Francisco de Azeredo Teixeira de Aguilar (1828-1918), 2.º conde de Samodães, natural de Vila Nova de Gaia.
         Tiveram:
8.      D. MARIA LUÍSA DE ALMEIDA MANOEL DE VILHENA (1927-1998), representante dos títulos de 10.ª condessa de Vila Flor, 3.ª condessa de Alpedrinha, 2.ª duquesa da Terceira[45], nasceu a 6-XII-1927 na freguesia de São Cristóvão e São Lourenço, em Lisboa, e faleceu em 1998 em Lisboa.
Era 8.ª neta de D. Sancho Manuel de Vilhena (1610-1677),1º Conde de Vila Flor, valoroso militar que combateu em vários pontos da Europa Central (1638-1640), e guerreou os holandeses no Brasil, após o que aderiu à causa da Restauração e foi mestre-de-campo e comandante-chefe das forças portuguesas, saindo vitorioso da Batalha das Linhas de Elvas (1659) e da Batalha do Ameixial (1663), destacando-se ainda na Batalha de Montes Claros (1665), tendo sido nomeado para vice-rei do Brasil, cargo que não chegou a assumir por entretanto ter falecido.
Estoril, Palácio da Azarujinha.
(junto à Praia da Poça)
Casou em 1946 em Lisboa com JAIME AUGUSTO LASSO DE LA VEGA DIAS DE FREITAS (1922-1978)4.º conde de Azarujinha, nascido a 18-IX-1922 no Estoril, concelho de Cascais, falecido a 6-VIII-1978 em Lisboa, filho de Jaime Augusto de Albuquerque de Lemos Dias de Freitas (1894-1974), 3.º conde de Azarujinha, natural de Lisboa, e de D. Maria Aurora Lasso de La Veja y Jiménez Placer (n. 1896), natural de Sevilha.
Tiveram geração que seguiu os apelidos DIAS DE FREITAS, entre outros.


                            § 3
Castelo Novo, Qta. do Ouriço.
6.       PEDRO CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1855-1915)senhor do Solar
          da Quinta do Ouriço em Castelo Novo, Fundão, o qual habitou
          esporadicamente, em cuja descendência recai a posse desta casa.
          Residiu em Lisboa, assim como em Cascais onde passava grandes
          temporadas, e em Alenquer onde lhe nasceu o filho Francisco no
          ano de 1885. 
          Nasceu a 3-IV-1855 e foi baptizado a 3-V-1855 em Escalos de Cima,
          concelho de Castelo Branco, tendo por padrinhos os seus avós
          maternos – D. Pedro José de Melo da Cunha de Mendonça e
          Meneses (1810-1866), e D. Maria Rosa de Melo e Castro Costa
          Mendonça e Sousa (1811-1884)] –, com procuração do padrinho
          a Diogo Correia de Sampaio Sottomayor, e da madrinha ao Dr. António Manuel Correia da Silva
         Sampaio, e por testem unhas José Nicolau Correia da Silva Sampaio e Joaquim Correia da Silva, todos de Escalos de Cima.
Qta. do Ouriço.
          Faleceu a 16-II-1915 na freguesia da Encarnação, em Lisboa.
          Pedro Correia da Silva Sampaio era filho segundo do Dr. Francisco
          Correia da Silva Sampaio (c. 1815), natural de Escalos de Cima, e
          de sua mulher D. Maria Leonor da Conceição de Melo e Castro
          Costa e Sousa (1833-1855), natural de Lisboa (§ 2, n.º 5).
          Casou a 16-I-1883 na Igreja Paroquial de São Bartolomeu do Beato
          em Lisboa com sua prima, irmã de sua cunhada, D. JOAQUINA DA
          CUNHA MENDONÇA E MENESES (1854-1949), nascida a 5-V-1854,
          no Palácio de Xabregas (Palácio Olhão - Castro Marim), na fregue-
          do Beato em Lisboa, apadrinhada por António Correia da Silva
          Sampaio, 1.º visconde de Castelo Novo, casado, morador em 
          Escalos de Cima, e por José Maria Rangel e Mascarenhas Quadros, viúvo, morador em Lisboa.
Também morou em Castelo Novo, tendo falecido em 1949 na freguesia de Santa Catarina em Lisboa. 
          Sua mulher era uma dos 15 filhos de D. José de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses (1809-1870), 
4.º conde de Castro Marim, senhor da casa dos marqueses de Olhão e condes de Castro Marim, e do
ofício de Monteiro-mor do Reino, natural de Lisboa, casado com D. Maria Rita Valésia da Silva Correia
(1827-1916), natural de Lisboa ou de Estremoz[46].
Tiveram (7):
7.      D. MARIA RITA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1883-1930) que nasceu a 19-X-1883 e faleceu a 
         7-VI-1930 em Lisboa.
         Casou a 28-XI-1906 em Lisboa com LUÍS JOSÉ MARIA CALIXTO FRANCISCO ANTÓNIO DE
Oeiras, Palácio do Marquês de Pombal.
         CARVALHO DAUN E LORENA (1881-1953), engenheiro Civil,
         nascido a 14-X-1881 no Palácio dos marqueses de Pombal em
         Oeiras, concelho de Lisboa, e falecido a 2-VIII-1953 na cidade
         de Luanda, em Angola.
         Seu marido foi um dos seis filhos do segundo casamento de
         Manuel José de Carvalho Melo e Daun de Albuquerque Sousa
         e Lorena (1821-1886), 5.º marquês de Pombal, com D. Maria
         Rita de Castelo-Branco (1846-1924), neta da 1.ª marquesa de
         Belas. Residiu na Rua da Ementa em Lisboa
         Tiveram sete filhos que seguiram os apelidos DAUN E LOURENA, e REBELO DE ANDRADE, en-
         tre outros. 
7.       FRANCISCO CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO (1885-1890) que nasceu a 5-X-1885 na Quinta de
        São Bartolomeu na freguesia da Triana, Alenquer, e baptizado a 13-X-1885 na Capela de Nossa
        Senhora da Conceição da Quinta de D. Carlos na freguesia de Santa Quitéria de Meca, concelho
        de Alenquer, tendo por padrinhos D. José da Cunha Mendonça e Meneses (3.º marquês de Olhão)
        da freguesia do Beato e actualmente residente citada Quinta de D. Carlos, e D. Antónia Carlota
        Correia da Silva Sampaio da Casa Sarafana de Idanha-a-Nova, com procuração a D. Mariana da
        Cunha Mendonça e Meneses (uma dos 15 filhos do 4.º conde de Castro Marim) residente nesta
        mesma Quinta de D. Carlos.
        Faleceu em criança a 18-XII-1890 na Rua dos Navegantes em Cascais, onde os seus pais estavam
        “acidentalmente moradores”, tendo sido sepultado no jazigo de família no cemitério do Alto de
        São João e Lisboa.
7.       JOSÉ MARIA CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1886-1954), engenheiro Agrónomo, o qual nasceu a
        5-VII-1886 e foi baptizado a 28-IX-1886 na Igreja de N. Sra. da Assunção em Cascais quando os
        seus pais estavam “a banhos n’esta Vila”, tendo por padrinhos o actual Visconde de Castelo
        Novo e D. Mariana da Cunha Mendonça e Meneses (uma dos 15 filhos do 4.º conde de Castro
        Marim), por procuração á viscondessa de Castelo Novo. Residiu em Lisboa e em Castelo Novo, 
        tendo falecido a 23-IV-1954.
        Casou a 17-IX-1924 em Cascais com D. LUÍSA MARIA SALEMA DE AVILEZ LOBO DE ALMEIDA
        MELO E CASTRO (1896-1973), nascida a 13-VIII-1896 e baptizada a 20-VIII-1896 em São Sebastião 
        da Pedreira em Lisboa, tendo por padrinho o seu avô paterno D. José de Avilez, casado e mora-
        dor na Quinta do Pinheiro, e por madrinha a avó materna D. Luísa Emília Pinto Barreiros, viúva e
        moradora em Cascais. Faleceu a 28-VI-1973 em Cascais. 
                  D. Luísa Maria era uma dos 13 filhos de D. Francisco Xavier de Avilez Lobo de Almeida Melo de
                  Castro (1874-1935), fidalgo da Casa Real, natural de Cascais, e de sua mulher D. Mariana da Gama
                  GamaLobo Salema (1875-1964), natural da freguesia da Encarnação em Lisboa, moradores na
                  Quinta da Atalaia; neta paterna de D. José de Avilez Juzarte de Sousa Tavares (1849-1902) e de
                  sua primeira mulher D. Eugénia Maria Lobo de Almeida Melo e Castro (1846-1880); e neta materna
                  de António da Gama Lobo Salema de Saldanha e Sousa (1835-1890), fidalgo da Casa Real, e de
                  D. Luísa Emília Pinto Barreiros (1844-1926), natural de Poiares, concelho de Peso da Régua.
                  Tiveram geração que seguiu vários apelidos, tais como SAMPAIO BELO, CORREIA SAMPAIO,
                  CORREIA DE OLIVEIRABARREIROS CARDOSO, VIEIRA DE CAMPOS, e SAMPAIO MELO, entre
                  outros.
         7.        D. MARIA LEONOR CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1887-1944)nascida a 16-XI-1887 e baptizada
                  a 27-XI-1887 na Igreja de N. Sra.da Assunção em Cascais, tendo por padrinhos Francisco Correia
        da Silva Sampaio e a viscondessa de Castelo Novo. Faleceu a 19-III-1944 na freguesia da Lapa em
        Lisboa.
                  Casou a 25-V-1914 na Igreja de Cascais com JOSÉ VIANA FERREIRA ROQUETTE (1886-1946)en-
        genheiro Civil e de Minas, senhor da Casa Roquette em Salvaterra de Magos, nascido a  25-II-1886
        na freguesia de Santa Isabel em Lisboa, onde residiu na Calçada das Necessidades,  cidade onde
        veio a falecer a 30-XI-1946 na freguesia da Lapa.
D. Maria Leonor C. da S.
    Sampaio (1887-1944)
José Viana F. Roquette
(1886-1914)
                  Seu marido era filho primogénito de José
                  Ferreira Roquette (1850-1914) que nasceu a
                  27-I-1850 em Salvaterra de Magos, casado com
                  D. Sebastiana Cândida Viana da Silva Carvalho
                  (1845-1937); neto paterno de Luís Ferreira
                  Roquette (n. 1823), 1.º barão de Salvaterra de
                  Magos, o qual foi casado com D. Maria Isabel
                  de Magalhães Araújo (n. 1830), natural de Lis-
                  boa; e neto pelo lado materno de João António
                  Sabino Viana (n. 1820), e de D. Camila Adelaide
                  da Silva Carvalho (n. 1817), natural do Porto, a
                  qual, por sua vez, era filha do destacado políti-
                  co José da Silva Carvalho (1782-1856), natural
                  de São João das Areias, Santa Comba Dão, que
                  foi um dos fundadores do Sinédrio, a associação portuense que esteve na origem da Revolução
                  Liberal de 1820, vindo a desempenhar detacados cargos políticos no Regime Liberal.
                  Tiveram geração que seguiu os apelidos FERREIRA ROQUETE, VARENNES DE MENDONÇA,
        CORREIA DA SILVA (viscondes de Paço de Arcos), MATOS CHAVES, e TAVARES FESTAS, entre
        muitos outros.
7.      ANTÓNIO MARIA CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO (n. 1888), advogado, nascido a 9-XI-1888 em
        Cascais. Residiu em Idanha-a-Nova. Na sua descendência recai a administração da Quinta do Ou-
        riço / Solar Correia de Sampaio.
        Casou com D. TERESA DE JESUS MARIA JOSÉ GIL BORJA DE LENCASTRE (n. 1899), nascida a
        26-X-1899 e baptizada a 12-XI-1889 na Igreja dos Navegantes em Cascais, apadrinhada pela sua
        avó materna, já viúva (D. Teresa Henrique Faria Pereira Saldanha de Lancastre) e pelo seu avô
        paterno (D. José Gil de Borja de Macedo e Meneses), o qual foi representado pelo seu procurador
        D. Sebastião Gil de Macedo, solteiro.
        Sua mulher era filha de D. José Gil de Borja de Macedo e Meneses Júnior (1874-1922), natural de
        Portel, distrito de Évora, onde era proprietário e morador, casado com D. Maria de Lencastre de
         Araújo (n. 1877)natural de Santa Catarina em Lisboa; neta paterna de D. José Gil de Borja de
        Macedo e Meneses (b. 1850) que casou na Quinta do Carmo na Vidigueira com D. Maria Quitéria
        Andersen Velez Leitão (1853-1926), e neta materna de Álvaro Correia da Silva Araújo (1851-1892),
        2.º visconde de Barcelinhos, senhor do Palácio dos Barcelinhos (os actuais Grandes Armazéns do
        Chiado em Lisboa), e de sua mulher D. Teresa Henrique Faria Pereira
        Saldanha de Lancastre (1848-1907)[47]
        Tiveram geração deste casamento que seguiu os apelidos CORREIA SAMPAIO, MELO E CASTRO,
        SERPA PIMENTEL (marqueses de Gouveia), GAMA GRAMAXO, CALHEIROS PONCES, e SILVA
        SAMPAIOentre muitos outros.
7.       D. MARIA ANTÓNIA CORREIA DA SILVA DE SAMPAIO (n. 1890), nascida a 21-XII-1890 na Rua
        Infante D. Henrique, n.º 76, em Lisboa (actual Rua de São Tomé, a Alfama), e baptizada a 5-I-1891
        na freguesia de São Vicente de Fora, tendo por padrinhos D. José da Cunha Mendonça e Meneses
        (3.º marquês de Olhão), solteiro, morador na Rua de Xabregas na freguesia do Beato em Lisboa, e
        D. Antónia Carlota Correia da Silva Sampaio, solteira, proprietária, moradora em Idanha-a-Nova.
        Faleceu a 8-XI-1972 na freguesia das Mercês em Lisboa. Quando solteira residiu na Quinta do Ou-
        riço em Castelo Novo.
        Casou a 3-XII-1924 na freguesia de Santa Catarina, Lisboa, com ALBANO DE AZEVEDO CASTELO
        BRANCO (n. 1882), médico e director da Assistência Nacional aos Tuberculosos, que nasceu a
        8-XII-1882 na freguesia de Vilarinho da Samardã, concelho de Vila Real. Seu marido era filho de
        António Júlio Dias e de D. Luísa Maria de Azevedo Castelo Branco (1857-1942), natural de Vilari-
        nho de Samardã.
        Tiveram geração que seguiu os apelidos CASTELO BRANCO, CASTRO, e SOARES FRANCO,
        entre outros.
7.       D. MARIA DAS DORES CORREIA DA SILVA SAMPAIO (1893-1964), nasceu a 25-II-1893 na então
        Rua do Infante D. Henrique, n.º 76, em Lisboa[48], e foi baptizada a 9-III-1903 na Igreja de São Vi-
        cente de Fora. Foram seus padrinhos de baptismo o Doutor Macário de Sousa Pinto Cardoso
        (1839-1897)[49], viúvo, fidalgo da Casa Real, juiz de Direito em Portalegre onde reside, e D. Maria
        das Dores da Cunha Mendonça e Meneses (1847-1916), solteira, neta do 2.º marquês de Olhão,
        residente em Xabregas, freguesia do Beato, representados por procuração a Pedro da Cunha e
       Sousa Pinto Cardoso (1869-1909)[50], aspirante da Marinha, solteiro, morador na Rua Nova dos
       Douradores, n.º 150, em Lisboa, e a D. Maria Luísa de Melo da Cunha de Mendonça e Meneses
       (1856-1929), 1.ª viscondessa de Castelo Novo, sua tia, então moradora na Rua das Trinas, n.º 104,
       freguesia da Lapa em Lisboa. Em solteira, morou em Castelo Novo, tendo falecido em 1964 na fre-
       guesia do Coração de Jesus em Lisboa.
       Casou com LUÍS MIMOSO BRANDÃO DE MELO (1890-1950), engenheiro Civil e de Minas, nascido
       a 29-III-1890 e baptizado a 7-IV-1890 na Igreja de São João da Foz do Douro, no concelho do Porto,
       tendo por padrinho Francisco Guedes de Carvalho e Meneses da Costa (1815-1900), 1.º visconde
       de Guedes, 2.º conde da Costa, casado, residente em Évora, pelo qual tocou com procuração o
       avô Francisco Brandão de Melo, e por madrinha D. Eugénia Maria Filomena Brandão de Melo
       Cogominho Correia de Sá Pereira de Lacerda (1840-1900), 1.ª marquesa de Monfalim e 3.ª marque-
       sa de Terena, residente em Lisboa, pela qual tocou com procuração a avó materna D. Maria da
       Natividade Guedes Portugal de Meneses. Faleceu a 11-XII-1950 em Lisboa.
       Seu marido era filho de José Guedes Brandão de Melo (1854-1919), fidalgo da Casa Real, governa-
        dor de Cabo Verde, tenente-coronel de Artilharia, natural de Massarelos, Porto, e de sua mulher
       D. Maria dos Prazeres Mimoso da Costa Pereira de Alpoim de Carvalho (n. 1859), natural de Linha-
       res da Beira, e senhora da Casa dos Mimosos, e da Casa de São Bartolomeu de Ponte da Barca;
       neto paterno de Francisco Brandão de Melo casado com D. Maria da Natividade Guedes Portugal
       de Meneses, e materno de Bernardo Mimoso da Costa Pereira Alpoim e de sua mulher D. Maria do 
       Carmo de Carvalho Rebelo Teixeira de Sousa Alcoforado (n. 1833).
       Tiveram geração que seguiu os apelidos BRANDÃO DE MELO, MELO VINAGRE, e PEREIRA
       HENRIQUES, entre outros.


_______

Notas:


[1]      Armas falantes são armas que têm analogia, ou sugerem, o apelido que representam.
[2]     Esta representação dos SILVEIRA têm paralelo com as representadas na chamada Casa das Armas Reais em São João de Areias, no concelho de Santa Comba Dão, armoriada com um escudo esquartelado de CABRAL, SILVEIRA, CARDOSO, e MELO, onde os Silveiras estão representados pelas 3 faixas, mas sobre as quais, à revelia das convenções, foi colocado um ramo se silvas idêntico ao que figura nesta pedra de armas. Esta casa, nos finais de Setecentos, era de ANTÓNIO DE MELO CABRAL CARDOSO DA SILVEIRA (1731-1821), e de sua mulher D. ÚRSULA MARIA RITA TRIGUEIROS DA COSTA E LEMOS (n. 1753), ambos com ligações a famílias da Beira Baixa, nomeadamente no concelho de Idanha-a-Nova.
[3]    Conhecemos uma representação das armas dos SILVEIRA com as três faixas prescritas pelas normas vigentes, sobre as quais – á revelia das normas – está representada uma silva (armas falantes) que se assemelha a esta aqui representada. A pedra de armas mencionada encontra-se na chamada Casa das Armas Reais em São João de Areias, concelho de Santa Comba Dão, casa esta que no século XVIII veio a pertencer a António de Melo Cabral Cardoso da Silveira (1731-1821) e a sua mulher D. Úrsula Maria Rita Trigueiros da Costa e Lemos (n. 1753), duas famílias que tinham a sua origem familiar em Idanha-a-Nova.
[4]     ABRANTES, Marquês de, Introdução ao estudo da Heráldica (Lisboa, ICLP, 1992), pp. 53-54.
[5]     Reis de Armas – é o primeiro dos três oficiais da Armaria, que trata dos assuntos da nobreza e cuida da organização do armorial e da genealogia das diferentes linhagens.
[6]     ABRANTES, Marquês de, op. cit., pp. 76, 135.
[7]     Ibid, pp. 80-84.
[8]     SILVA, Joaquim Candeias da, Concelho do Fundão – História e Arte», Vol. I, (Fundão, CMF, 2002), p. 160.
[9]     Esta rede de fortalezas incluíam Castelo Branco, Monsanto, Penamacor, Penha Garcia, etc.
[10]    Uma destas incursões dos castelhanos no então concelho de Castelo Novo, durante a Guerra da Restauração, deu-se no campo do Barbudo, perto da freguesia da Orca, no qual morreu o capitão Pedro Salvado da Costa Leitão (c. 1625) que foi casado com D. Catarina Esteves Taborda Sarafana de Negreiros, e era filho do capitão-mor Pedro Salvado da Costa Leitão (c. 1600), natural do Alcaide, actual concelho do Fundão.
[11]    Não confundir o “ouriço” de infantaria com a pesada máquina de guerra do mesmo nome – vaivém mecânico armado de pontas de ferro para derrubar muralhas – que, trazida pelos cruzados alemães foi usada pela primeira vez em Portugal na tomada de Silves (1189) por D. Sancho I.
[12]   Segundo informações do Coronel Manuel da Silva Rolão; e SILVA, Joaquim Candeias da, CASTELO BRANCO, Manuel da Silva – A Beira Baixa na Expansão Ultramarina (Belmonte: Câmara Municipal de Belmonte, 1999), p. 267.
[13]   BIBLIOTECA DO SEMINÁRIO DO FUNDÃO, Livro das Capelas e nomes dos administradores de S. Martinho do Fundão, iniciado em 1557 (livro manuscrito com termo de abertura do prior Simão de Sequeira), f. 57v.
[14]   BIBLIOTECA DO SEMINÁRIO DO FUNDÃO, Livro das Capelas e nomes dos administradores de S. Martinho do Fundão, iniciado em 1557 (livro manuscrito com termo de abertura do prior Simão de Sequeira), f. 57v.
[15]   APOLÓNIA LEITÃO (f. 1668), da qual há várias homónimas nesta família, também aparece noutros documentos com o nome de APOLÓNIA LEITOA ROBERTA (f. 1668), a qual interveio 20-III-1656 na instituição do morgado/capela de São José no Fundão (cujos instituidores foram Francisco Dias Beirão e sua mulher D. Ana da Costa Pinto), era filha de MANUEL ROBERTO LEITÃO (c. 1640), morador na Soalheira, tabelião de Castelo Novo, e fidalgo de cota de armas com escudo terciado em pala de LEITÃO, COSTA, e PINTO (?-IV-1640), e de sua mulher D. JULIANA RODRIGUES, natural da freguesia do Ourondo, concelho da Covilhã.
[16]   A descendência numerosa deste Francisco da Costa Pinto (f. 1639) e de sua mulher Apolónia Leitão (f. 1668), entre outros, usou os apelidos Costa Pinto, Costa Leitão, e Leitão Pimentel da Costa.
[17]    De D. JULIANA DA COSTA PINTO (f. 1679) conhecemos vários irmãos: 1.º – Manuel Roberto Leitão (c. 1627), natural de Castelo Novo; 2.º - António da Costa Leitão (c. 1639), capitão, casado a 15-XI-1639 com D. Ana Fernandes, então viúva de Gregório Leitão, da qual teve Francisco da Costa Pimentel, que foi ordenado padre; 3.º – D. Ana Leitão da Costa (c. 1633), que foi madrinha em Castelo Novo em 1633; 4.º – D. Maria (n. 1621), nascida em 1621; 5.º – D. Mariana (n. 1622), nascida em 1622; 6.º – D. Apolónia Leitão Pimentel da Costa (n. 1624), que nasceu a 26-X-1624, casada em segundas núpcias a 30-XII-1652 em Castelo Novo com o capitão Luís Freire de Andrade, do qual teve pelo menos seis filhos; 7.º – D. Isabel (n. 1632), que nasceu em 1632; 8.º – D. Maria da Costa (c. 1629), que casou a 3-IV-1629 com Manuel Antunes de Melo da Fonseca, do qual teve pelo menos nove filhos. – Obs: parte dos dados desta nota foram obtidos devido à generosa colaboração do investigador Coronel Manuel da Silva Rolão, ao qual agradecemos.
[18]   Cf. SILVA, Joaquim Candeias da, «Subsídios para o enquadramento histórico da casa onde se encontra instalado o Museu Arqueológico José Monteiro», Revista Ebvrobriga, Museu José Monteiro, n.º 5 (Fundão, 2008), pp. 61-68; e BIBLIOTECA DO SEMINÁRIO DO FUNDÃO, Livro das Capelas e nomes dos administradores de S. Martinho do Fundão, MS, f.29 v).
[19]   De Sarafano – rato muito pequeno com um nariz pontiagudo.
[20]   GUERRA, Luís Bivar — A Casa da Graciosa (Braga, 1965), pp. 225, 226.
[21]    Francisco Lopes Sarafana (c. 1678) teve vários ascendentes e descendentes homónimos.      
[22]   Cf. PINTO, Albano da Silveira, Resenha das Famílias Titulares e Grandes de Portugal, Vol.1, vols. (Lisboa, 1991), pp. 410-412.
[23]  Optamos por grafar o nome de CORREIA, e não CORRÊA que parece ter sido o nome usado originalmente.
[24]   BELCHIOR PACHECO DA GAMA (f. 1754) salientou-se na campanha da Sucessão de Espanha sob as ordens do general D. António Luís de Sousa (1644-1721), 2.º Marquês de Minas, o qual a 28-VI-1706 entrou em Madrid onde fez aclamar como rei de Espanha o arquiduque Carlos de Áustria com o nome de Carlos III.       
[25]   ANTT, Tribunal do Santo Ofício, Conselho Geral, Habilitações, Francisco, mç. 107, doc. 1685.
[26]   As primeiras núpcias de Diogo José Freire da Silva Serpa foram com sua prima D. Inês da Silva Pereira, da qual não teve geração.
[27]   D. MARIA JOANA DE FIGUEIREDO COSTA SOTTOMAYOR, no assento de casamento  de seu filho Francisco (Lisboa, Mercês, 29-I-1851), figura com o nome de D. MARIA JOANA DA COSTA DE SIQUEIRA.
[28]   O Solar do Figueiredos – ou Costa Pegado Figueiredo  em Escalos de Cima, também é conhecido por Solar dos Viscondes de Castelo Novo por estes aí terem vivido. É um dos mais belos solares da nobreza rural da Beira Baixa, com tectos em madeira e pintados com as armas desta família, rodeado por uma quinta com árvores frondosas e cercada de altos muros.
[29]   D. ANA VICTÓRIA SOTTOMAYOR era irmã de António Xavier Bravo Pereira do Lago, morgado do Bravo, o qual foi casado e teve duas filhas, ambas casadas mas sem geração. Uma destas casou com Joaquim José Pereira de Sousa, o qual foi padrinho de casamento do seu primo, Francisco Correia da Silva Sampaio (n. 1815), ao qual terá passado o citado morgado dos Bravos.
[30]   A QUINTA DO BRAVO era um vínculo instituído por André Bravo no início do Séc. XVIII, que terá sido extinto em 1863 pela legislação que liberal aboliu definitivamente os morgadios. Supõe-se que nela se localizava a cidade romana de Lerábriga, devido aos variados vestígios encontrados no século XIX: um aqueduto, o pavimento de uma adega que sugere a existência de um sumptuoso edifício, vários mosaicos, uma necrópole lusitano-romana, um cipo que está no Museu do Carmo, uma ara de mármore, etc. A urbanização nela recentemente implantada, comprometeram estes achados.
[31]   O padrinho de casamento Joaquim José Pereira de Sousa foi casado com D. Maria do Patrocínio Bravo Pereira Forjaz (1794-1853), natural de Triana, Alenquer, sem geração, filha de António Xavier Bravo Pereira do Lago e de D. Antónia da Arrábida Pereira Forjaz de Coutinho Lencastre, que foram morgados da Quinta do Bravo em Alenquer. Pela falta de sucessão, os bens deste morgado terão passado a sua afilhada D. Maria Leonor (1833-1855).
[32]   A antiga Rua Larga de São Roque, que corresponde à actual Rua da Misericórdia, entre o Largo de Camões e o Largo Trindade Coelho onde se situa a Igreja de São Roque.
[33]   A Travessa de Estevão Galhardo corresponde a uma parte da actual Rua Serpa Pinto, ao Chiado.
[34]   Estas tiveram um irmão varão que foi D. Pedro da Cunha de Mendonça e Meneses (1835-1885), falecido em criança.
[35]   D. MARIA ROSA DE MELO E CASTRO COSTA MENDONÇA E SOUSA (1811-1884), tendo enviuvado em 1866, voltou a casar em segundas núpcias a 23-I-1867 no oratório da sua casa à Rua Infante D. Henrique, em São Vicente de Fora, Lisboa, com Rufino António de Morais (1803-1887), lente da Universidade de Coimbra, apadrinhada por Bernardo de Sá Nogueira de Figueiredo (1795-1876), 1º marquês de Sá da Bandeira, e pelo major Sebastião do Canto e Castro Mascarenhas que foi ministro das Obras Públicas do governo de António José de Ávila (1868).
[36]   CANEDO, Fernando de Castro da Silva Canedo, A descendência Portuguesa de El-rei D. João II (Lisboa, Edições Gama.2006) vol. III, p. 66.
[37]    ANTT, Registo Geral de Mercês de D. Luís I, liv. 23, f. 157.
[38]    O 1.º visconde de Castelo Novo, no seu assento de baptismo na freguesia de Escalos de Cima (1855) aparece com o nome de António Pedro da Conceição Correia da Cunha Melo e Castro, posteriormente, no assento de baptismo de sua filha Maria Rita (1879), na freguesia de São Bartolomeu do Beato, aparece mencionado com o nome de António Correia da Silva Sampaio.
[39]   A QUINTA DE D. CARLOS foi de Simão da Cunha (c. 1480), que nela instituiu o Morgado dos Cunhas, e era neto de Tristão da Cunha (f. 1540), o célebre navegador que descobriu as ilhas com o seu nome no Atlântico Sul, e foi mandado por D. Manuel I numa faustosa Embaixada de Portugal ao Papa Leão X em Roma. Actualmente está ainda na posse de um descendente da família fundadora, tendo sido restaurada em 2003 e rentabilizada com a sua utilização para casamentos e outros eventos festivos.

[40]   O PALÁCIO DE XABREGAS, ou PALÁCIO OLHÃO -- CASTRO MARIM, designação tirada dos títulos nobiliárquicos dos seus proprietários em cuja posse esteve mais de 500 anos, é uma das mais antigas edificações palacianas de Lisboa. Foi mandado construir pelo célebre navegador Tristão da Cunha (f. 1540). Após a morte do rei D. Manuel I, aqui veio morar a rainha D. Leonor e foi nesta grande casa que se reuniram inicialmente os fidalgos portugueses que conspiraram pela restauração da independência contra o domínio espanhol (1580-1640), ao tempo de Jorge de Mello, seu proprietário e um dos mais destacados conjurados de 1640.
        A configuração actual deste palácio data do Séc. XVIII, com grandes alterações que lhe deram uma conformação barroca, com 14 janelas na fachada do andar nobre e 64 divisões decoradas com belíssimos azulejos historiados e frescos, dos quais se salientam os da Sala dos Conjurados e da Sala das Quatro Estações. Foi classificado como IIP - Imóvel de Interesse Público 1993 (Decreto n.º 45/93, DR, I Série-B, n.º 280, de 30-11-1993) e está actualmente destinado a eventos sociais. O seu arquivo privado (2.650 documentos, classificados em mais de uma dezena de núcleos) foi recolhido à Torre do Tombo, por doação desta família.
[41]   D. MARIA RITA VALÉSIA DA SILVA CORREIA (1827-1916) era filha de Vicente António da Silva Correia (f. 1848), por legitimação de 29-IX-1830 da Mesa de Desembargo do Paço.
[42]   ANTT, Registo Geral de Mercês, D. João VI, liv.19, fl.59.
[43]   O Beato fez parte do antigo concelho dos Olivais (1852-1885).
[44]    Foi 1.º conde de Alpedrinha José Sebastião de Saldanha de Oliveira e Daun (1778-1855), casado com D. Maria Leonor Manoel de Vilhena (1781-1855), da qual teve 14 filhos.    
[45]   A representação dos títulos de condessa de Vila Flor, condessa de Alpedrinha, e duquesa da Terceira, foi-lhe confirmada por Alvará do Concelho de Nobreza de 17-XI-1988, n.º 1152, Proc.º 1043.
[46]   D. MARIA RITA VALÉSIA DA SILVA CORREIA (1827-1916), apesar de em diversa documentação ser dada como nascida em Lisboa, não conseguimos localizar o seu assento de nascimento. No assento de baptismo deste seu neto, o padre declara que ela era natural de Estremoz.
[47]   D. TERESA HENRIQUE FARIA PEREIRA SALDANHA DE LANCASTRE (1848-1907) era filha de D. Caetano de Sales Henriques Pereira de Faria Saldanha Vasconcelos de Lencastre (1819-1894), 2.º conde de Alcáçovas, e de sua mulher D. Teresa Maria da Conceição Antónia Domingos José de Sousa Holstein (1823-1865), filha do 1.º duque de Palmela e dama de honor da rainha D. Maria II.
[48]   A Rua do Infante D. Henrique era a anterior designação da actual Rua de São Tomé (entre 1882-1948), junto ao Largo das Portas do Sol em Alfama.
[49]   O Dr. MACÁRIO DE SOUSA PINTO CARDOSO (1839-1897), natural de Lagos, era casado com D. Maria Rosa da Cunha Mendonça e Menezes (1837-1885), filha de D. Pedro de Melo da Cunha Mendonça e Meneses (1810-1866), o qual filho do 2.º marquês de Olhão. Foi procurador da Coroa e secretário do Governo de Cabo Verde (1864), e de Luanda (1865), assim como juiz nas comarcas de Castelo Branco, Fronteira (1880), Monsaraz (1882), Idanha-a-Nova (1883), Angra do Heroísmo (1887), Portalegre (1888, 1893).

[50]   PEDRO DA CUNHA SOUSA PINTO CARDOSO (1869-1909) viria a casar com D. Maria da Assunção da Cunha e Menezes (n. 1873), filha de D. José Manuel da Cunha Faro e Meneses Portugal da Silveira (1836-1902), 6.º conde de Lumiares, nas suas primeiras núpcias com D. Ana Amélia Pinto de Sousa Coutinho Brandão Perestrelo (1835-1895), filha do 4.º visconde do Balsemão.


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