2010-10-23

João Tavares da Costa Cunha (c. 1656) - Oeiras, Covilhã, Alcongosta.


 João Tavares da Costa Cunha (c. 1651).


Forma:        Escudo esquartelado: o 1.º de TAVARES – de ouro, com cinco estrelas de seis raios de vermelho; o 2.º de COSTAde vermelho com seis costas de prata seis costas, postas 2, 2 e 2; o 3.º de PROENÇA – partido em pala, o primeiro de verde com uma águia bicéfala de negro, e o segundo de azul com cinco flores-de-lis de ouro postas em sautor; e o 4.º de CUNHAde ouro, com nove cunhas de azul em três palas.
Diferença:   Uma brica verde carregada de um trifólio de prata.
Local:          Conhecido documentalmente: in MACHADO, José de Sousa, Brasões 
                     inéditos, Braga, A Folha do Minho, 1906, p. 70.
Data:            9-V-1651.



JOÃO TAVARES DA COSTA CUNHA (c. 1651) foi capitão de Infantaria e morou na Quinta de Oeiras, termo de Lisboa.
Era filho de DIOGO DE PROENÇA TAVARES, natural da Covilhã, e de D. CATARINA ESTEVES DA CUNHA, moradores que foram no Sabugal de Alcongosta.
Neto paterno de ANTÓNIO TAVARES (n. 1482), legitimado por carta régia de 13-IV-1492, o qual terá sido escrivão de cativos e inquiridor de Viseu[1], tendo vivido na Covilhã no fim da vida, e de D. ANA PROENÇA DE SOUSA[2]; bisneto paterno de JOÃO TAVARES (n. 1432?), cavaleiro da Casa Real , comendador de São Vicente da Beira no reinado de D. Afonso V (1432-1481)[3], e descendente de JOÃO ESTEVES TAVARES, que terá sido alcaide-mor da Covilhã.
Obteve Brasão esquartelado de: 1.º - TAVARES, 2.º - COSTA, 3.º - PROENÇA, e 4.º - CUNHA; tendo por diferença uma brica verde carregada de um trifólio de prata.
Br. Passado a 9-V-1651, publicado nos Brasões Inéditos[4].


Os apelidos dos antepassados do armigerado indiciam o seu parentesco com os SOUSA TAVARES, os quais a partir do século XVI tiveram o senhorio de Mira de juro e herdade, e eram terratenentes com a sua esfera de influência nas Beiras e Alentejo onde também exerceram destacados cargos na governação, nomeadamente em Portalegre, Alegrete, Assumar e Olivença. Os mesmos estiveram ligados à expansão portuguesa (Séc. XV-XVIII),
Pelo lado dos CUNHAS, apesar da falta de documentação que o confirme, tudo leva a crer ser descendente do ramo que teve origem em Aldeia Nova do Cabo, no concelho do Fundão, o qual andava ligado aos PROENÇAS, apelido de uma das sua avós, que mais tarde veio dar o conhecido ramo dos TAVARES PROENÇAS ramo este com grande destaque social no distrito de Castelo Branco.
Desconhecemos qualquer enlace matrimonial ou descendência do capitão de infantaria JOÃO TAVARES DA COSTA CUNHA (c. 1651), o qual, a ter residido em Oeiras, provavelmente prestou serviço militar durante a Guerra da Restauração da independência num dos inúmeros fortes então reconstruídos ou edificados no mesmo concelho que naquela época abrangia uma maior extensão territorial.
Não se conhece uma qualquer representação em pedra do citado brasão.

 

Oeiras, Forte de S. Julião da Barra.
A principal fortaleza de defesa da entrada no porto de Lisboa era o Forte de São Julião da Barra, a maior fortaleza marítima do país, edificada em 1568 e ampliado de 1650 a 1655. Era apoiada do lado da costa por diversas pequenas baterias como a do Forte de Nossa Senhora do Porto Salvo (1449), e a do Forte de São Bruno (1647), entre outras, as quais estavam guarnecidas com peças de artilharia e tinha soldados de infantaria ao seu serviço. 


Caxias, Forte de São Bruno.





Porto Salvo, Forte de Nsa. Senhora
do Porto Salvo.
















Notas:

[1]   SOVERAL, Manuel Abranches, Ensaio sobre a Origem dos Proença (Porto, 2010), pp. 5-6. Acedido a 7-11-2018, em: http://www.soveral.info/mas/Proenca.pdf
[2]   JOÃO TAVARES DA COSTA CUNHA (c. 1651), na sua CBA, é dado como tendo por sua mulher D. ANA PROENÇA DE SOUSA. Porém, noutros documentos, esta aparece como sendo JOANA DE PROENÇA (Cristóvão Alão de Morais, Pedatura Lusitana, 1674), ou ainda FILIPA DE PROENÇA (Manuel Abranches de Sobral, Ensaio sobre a Origem dos Proença, p. 5).
[3]   ANTT, Chancelaria de D. Afonso V, liv. 34, fl. 132.                   
[4]   MACHADO, José de Sousa, Brasões inéditos (Braga, A Folha do Minho, 1906), p. 70.